Monday 28 May 2018

Ser "espiritual mas não religioso” é um neopaganismo

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O Arcebispo de Kansas City (Estados Unidos), Dom Joseph F. Naumann, afirmou que considerar-se espiritual, mas não “religioso”, como algumas pessoas fazem atualmente, é na verdade um “neopaganismo” que deve ser enfrentado com a verdade.

Refletindo sobre a grave crise de fé que se vive no país norte-americano, o Arcebispo citou o autor do livro ‘The Benedict Option’, Rod Dreher, que adverte sobre “a diminuição de fiéis que participam da Missa, o número de millennials que professam o ateísmo ou, normalmente, se identificam como espirituais, mas não religiosos”.
O Arcebispo de Kansas City precisou que “esta espiritualidade não religiosa é um novo paganismo, onde Deus não é o Deus da revelação que nós podemos conhecer, mas um deus ou vários deuses que são moldados segundo nossas próprias ideias para fortalecer os nossos desejos”.
Na antiguidade, considerava-se pagão quem adoravam os ídolos e não Deus. Em geral, o neopaganismo pode ser definido como a posição em que a pessoa não vê o bem maior em Deus, mas em algo diferente, como no dinheiro, no poder ou no prazer.
“A nossa cultura está passando por uma crise de fé que leva à negação da verdade. Pois a relação entre o homem e Deus está afetada, o homem se converte em um tipo de organismo altamente desenvolvido”, assinalou o Arcebispo.
Entre os perigos desta crise, está que “o ser humano também se converte em mais uma coisa em um mundo de coisas. O materialismo reina e gera o utilitarismo: o nosso valor é determinado pela nossa utilidade”.
Então, advertiu Dom Naumann, “já não possuímos direitos inalienáveis ​​que são dados por Deus” e “a obtenção do prazer se converte na meta mais alta, o que leva ao hedonismo, uma busca inútil de prazeres que, finalmente, nos deixam cada vez mais vazios”.
Com isso, disse o Prelado, “o sofrimento e a morte se convertem nos grandes inimigos que devemos eliminar ou pelo menos impedir”.
A resposta ao neopaganismo
O Papa Emérito Bento XVI, recordou o Prelado, “afirma que a essência do catolicismo é o encontro com a pessoa de Jesus Cristo. Sem esse encontro pessoal, o nosso dogma e a nossa doutrina não têm sentido. É o próprio Jesus que encontramos quando abrimos nossos corações à sua presença na oração”.
“Jesus é quem vence os grandes inimigos da humanidade, o pecado e a morte, passando da morte à vida eterna. Acreditamos em um Deus que morreu, mas não está morto”.
O Arcebispo encorajou então a “rezar por uma renovação religiosa da nossa nação, outro grande despertar. Nós, que encontramos com Jesus ressuscitado, temos uma grande responsabilidade: levar o seu amor e misericórdia a outros, especialmente – como o Papa Francisco diz com frequência – aos que estão nas periferias”.
O Prelado encorajou a ser discípulos e missionários de Cristo, recordando que “não temos inimigos permanentes, só irmãos e irmãs confundidos que precisam se encontrar com o Senhor da vida para sentir o seu amor incondicional e a sua graça surpreendente”.
Ao concluir, o Arcebispo de Kansas City destacou: “Somos chamados a renovar a nossa nação, não só com leis, mas anunciando a alegria e a esperança do Evangelho de Jesus às pessoas que necessitam desesperadamente da Boa Nova. A nossa tarefa é reivindicar a nossa cultura: uma mente, um coração e uma alma de cada vez”.